Fertilização in Vitro

A fertilização in vitro é um procedimento que inovou a medicina reprodutiva e trouxe esperança a casais antes fadados a não terem filhos. Com o nascimento de Louise Brown em 1978 nasceu uma nova era para os casais inférteis.

A FIV nada mais é do que propiciar o encontro do espermatozóide com o óvulo fora do corpo da mulher. A FIV substitui o papel das trompas, pois é na trompa que ocorre a fertilização. Com o advento da FIV passou a haver esperança de gravidez para homens com poucos espermatozóides e mulheres que fizeram laqueadura tubárea, entre outros. A FIV apresenta as seguintes etapas: indução da ovulação ovariana, aspiração dos folículos, a FIV propriamente dita em laboratório e a transferência dos embriões obtidos para a cavidade uterina.Não é um procedimento fácil. Não há garantia de sucesso em todos os casos. Exige-se muito do casal.

A mulher precisa do amparo do homem para todos os dias de exame, para ajuda-la nos dias mais angustiantes e mais tensos. O homem precisará da mulher para ajudá-lo na agonia e aflição do tratamento. O casal precisa estar bem unido e fortalecido em seus laços de amor e objetivo único, pois um dependerá do outro, e muito. Obviamente que o resultado compensa e, ao final, as dores e sofrimentos serão esquecidos com o choro do nenê.

Nesse tratamento há basicamente três gastos ou desgastes: O primeiro é o desgaste físico com o uso das medicações. O segundo é o gasto financeiro com o procedimento e as medicações. Sem sombra de dúvida o maior desgaste é o psicológico. Quanto maior a esperança, maior a ansiedade. Quanto mais próximo se chega da vitória, mais amarga pode ser a derrota.

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As principais indicações de FIV são:
• Após 3 tentativas de IUI, sem sucesso.
• Fator tubário (ausência, aderência ou obstrução das trompas).
• Fator ovulatório resistente às medicações usuais.
• Endometriose moderada ou severa (grau III ou IV).
• Fatores imunológicos.
• Fator masculino: concentração de espermatozóides móveis no recuperado entre 2 e 5 milhões/ml. (considerado como fator masculino moderado)
• Deve ser considerada nos casos de mulheres com idade superior a 37 anos, principalmente se há história de infertilidade de vários anos.
• Doação de oócitos e/ou embriões e eventualmente doação de sêmen

As taxas de sucesso da FIV são muito variáveis, pois dependem de vários fatores, mas em média oscilam ao redor de 35 a 40%. Os principais fatores que contribuem para uma chance melhor de sucesso são: idade da mulher, ausência de doenças endócrinas, ausência de fator masculino grave. As taxas de abortamento são muito variadas nos diversos estudos realizados, pois nem sempre sabemos qual a real taxa de abortamento na população normal.

Entretanto, parece que as taxas de abortamento em casais que realizaram FIV são um pouco maiores que a população normal, em torno de 10%. Outro fator que merece consideração é a chance de recém nascido de baixo peso, que acontece em um terço dos casos, geralmente devido a prematuridade, ou seja, crianças que nascem antes da data provável, ou ainda devido às gestações múltiplas, com gêmeos, trigêmeos ou quadrigêmeos.

A ocorrência de defeitos nos recém nascidos (malformações fetais) é a mesma da população normal, ao redor de 2%. A chance de prenhez ectópica (principalmente a gravidez nas trompas) parece ser o dobro da que ocorre espontaneamente, sendo ainda muito baixa. O desenvolvimento intelectual das crianças nascidas por FIV parece ser melhor que aquelas obtidas por métodos naturais, provavelmente pelo nível de atenção dado pelos pais.